
Endividamento das famílias brasileiras volta a subir e atinge 77,6% em abril de 2025
- 26 maio 2025
Em uma tentativa de equilibrar as contas públicas e cumprir as metas fiscais estabelecidas para 2025, o governo federal anunciou duas medidas significativas: o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos do orçamento. As decisões visam conter o crescimento das despesas e aumentar a arrecadação, mas geraram preocupações entre consumidores, investidores e o mercado financeiro.
O IOF é um imposto federal que incide sobre diversas operações financeiras, como empréstimos, câmbio, seguros e investimentos. As mudanças anunciadas incluem:
Cartões de crédito e débito internacionais: alíquota aumentada de 3,38% para 3,5% por operação.
Compra de moeda estrangeira em espécie e remessas para o exterior: alíquota elevada de 1,1% para 3,5% por operação.
Crédito para empresas: alíquota ajustada para 3,95% em operações de empréstimo.
Planos de previdência privada do tipo VGBL: introdução de alíquota de 5% para aportes mensais acima de R$ 50 mil.
Inicialmente, o governo também havia proposto uma alíquota de 3,5% para investimentos de fundos no exterior, mas a medida foi revogada após críticas e preocupações com a fuga de capitais e impactos negativos no mercado financeiro.
Além do aumento do IOF, o governo anunciou o congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos do orçamento de 2025. A medida é dividida em:
R$ 10,6 bilhões: bloqueio de despesas discricionárias para respeitar o limite de crescimento de gastos de 2,5% acima da inflação, conforme o novo arcabouço fiscal.
R$ 20,7 bilhões: contingenciamento para alcançar a meta de resultado primário zero, com tolerância de déficit de até R$ 31 bilhões.
O detalhamento dos cortes por ministérios e órgãos será divulgado no próximo decreto de programação orçamentária.
As medidas anunciadas tiveram impacto imediato no mercado financeiro:
Ibovespa: caiu 0,44%, fechando aos 137.273 pontos.
Dólar: subiu 0,35%, cotado a R$ 5,66.
Investidores reagiram com cautela, preocupados com os efeitos das medidas sobre o consumo, o crédito e o crescimento econômico.
As mudanças no IOF afetam diretamente o bolso dos brasileiros:
Viagens internacionais: ficam mais caras devido ao aumento do IOF em compras e saques no exterior.
Empréstimos e financiamentos: terão custo efetivo total (CET) mais elevado, especialmente para empresas.
Investimentos no exterior: apesar da revogação da alíquota para fundos, outras operações continuam com IOF mais alto.
Empresas podem enfrentar maiores custos de capital, o que pode influenciar decisões de investimento e expansão.
As medidas adotadas pelo governo buscam reforçar o compromisso com a responsabilidade fiscal e a estabilidade econômica. No entanto, o aumento do IOF e o congelamento de gastos trazem desafios para consumidores, empresas e investidores, que devem se adaptar a um cenário de maior cautela e custos financeiros elevados.
Compartilhe este post: