
Endividamento das famílias brasileiras volta a subir e atinge 77,6% em abril de 2025
- 26 maio 2025
O endividamento das famílias brasileiras voltou a crescer em 2025. De acordo com levantamento divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas subiu de 76,7% em dezembro de 2024 para 77,6% em abril de 2025. O dado preocupa economistas e autoridades, pois pode sinalizar pressões sobre o consumo, a inadimplência e o mercado de crédito.
O estudo da CNC aponta que, atualmente, mais de três em cada quatro famílias brasileiras possuem algum tipo de dívida. As principais modalidades continuam sendo:
Cartão de crédito: responsável pela maior parte das dívidas, devido aos altos juros e facilidade de acesso.
Carnês de lojas: usados principalmente para compras parceladas.
Crédito pessoal: incluindo empréstimos bancários e financiamentos.
Segundo especialistas, o aumento do endividamento reflete uma combinação de fatores como inflação ainda elevada, juros altos e a necessidade das famílias de recorrer ao crédito para manter o padrão de consumo.
Embora o crescimento seja relativamente moderado, a trajetória de alta preocupa. O percentual de famílias endividadas se aproxima do recorde histórico registrado em 2023, quando o índice chegou a 78,2%.
Além disso, houve um leve aumento na inadimplência: o percentual de famílias com dívidas em atraso subiu para 29,4%, indicando maior dificuldade em manter os pagamentos em dia.
O crescimento do endividamento pode afetar diretamente:
O consumo: famílias mais endividadas tendem a reduzir gastos, o que impacta negativamente setores como comércio e serviços.
A inadimplência: aumento no risco de calote, elevando a cautela dos bancos e podendo restringir ainda mais a oferta de crédito.
O mercado de crédito: encarecimento do custo do crédito devido ao maior risco percebido.
Economistas alertam que esse cenário exige atenção das autoridades monetárias, especialmente do Banco Central, que deve equilibrar a política de juros para não agravar a situação das famílias.
Nos últimos anos, o governo federal lançou iniciativas como o Programa Desenrola Brasil, visando facilitar a renegociação de dívidas e reduzir a inadimplência. Embora tenha tido algum sucesso em 2024, o novo aumento do endividamento sugere que medidas adicionais podem ser necessárias para conter a escalada das dívidas familiares.
Especialistas apontam que a tendência de aumento do endividamento pode continuar caso as condições macroeconômicas não melhorem. Fatores que podem influenciar:
Queda dos juros: poderia aliviar o custo das dívidas e incentivar renegociações.
Inflação controlada: aumenta o poder de compra das famílias e reduz a necessidade de recorrer ao crédito.
Melhora do mercado de trabalho: com mais renda disponível, as famílias podem reduzir sua dependência do crédito.
O aumento do endividamento das famílias brasileiras para 77,6% em abril de 2025 acende um sinal de alerta para o governo, o setor financeiro e os consumidores. O desafio será conciliar políticas públicas que estimulem o consumo e o crescimento econômico, sem comprometer a estabilidade do mercado de crédito e a saúde financeira das famílias.
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